Saúde

Dra. Maria Luiza alerta sobre Síndrome Respiratória Aguda Grave em crianças e superlotação de UTIs Neonatais

Na manhã desta terça-feira (03), o programa “A Voz da Notícia”, apresentado por Anderson Tennens na Rádio Vilabela 94,3, trouxe um alerta importante da médica pediatra Dra. Maria Luiza sobre a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças. A entrevista abordou a preocupante situação da saúde infantil na região, especialmente neste período de sazonalidade de doenças respiratórias, e a superlotação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais.

A Dra. Maria Luiza destacou que, embora tenha ocorrido uma expansão nos leitos pediátricos (para crianças de dois meses a 14 anos), o grande gargalo continua sendo a disponibilidade de leitos neonatais. “A gente ainda tem um déficit muito grande em toda a rede estadual de leitos neonatais. Esse foi sempre o gargalo da pediatria”, afirmou a médica. Segundo ela, a ocupação das UTIs neonatais atingiu 100%, tornando a situação crítica. “Nós estamos com pouquíssimos leitos disponíveis, talvez hoje já não tenha mais nenhum”, alertou.

A médica explicou que a demanda por leitos não se restringe apenas à região imediata. O Hospital Regional Eduardo Campos, por exemplo, recebe pacientes de diversas áreas do estado e até de outras regiões, como Juazeiro da Bahia e Petrolina, devido a convênios inter-estaduais e ao sistema de regulação da rede PEBA (Pernambuco-Bahia). “A gente precisa receber também pacientes desses outros estados”, comentou, ressaltando a sobrecarga no sistema de saúde local.

Outro ponto crucial levantado pela Dra. Maria Luiza foram as alterações climáticas e seu impacto na circulação de vírus respiratórios. “A maioria desses vírus eles precisam do inverno pra poder circular (…) eles necessitam de condições de temperatura mais baixas”, explicou. No entanto, a irregularidade das chuvas e a falta de frio intenso alteraram o padrão esperado. “A gente não teve chuva, a gente teve muito pouco frio”, observou. As chuvas mais intensas ocorreram apenas em maio, fora do período usual, o que pode prolongar a sazonalidade das doenças respiratórias. “O boom de casos começou semana passada. Então, eu imagino que pelo menos nós vamos lá ainda até agosto ou setembro nesse mesmo ritmo”, projetou a pediatra.

Diante desse cenário, a Dra. Maria Luiza enfatizou a importância de medidas preventivas, especialmente para os mais vulneráveis. “Recém-nascido não deve receber visita, criança menor de seis meses, principalmente nessa época que a gente tá agora, é não receber visita”, recomendou. Ela também mencionou a alta frequência de infecções respiratórias em crianças pequenas, principalmente as que frequentam creches e berçários, podendo chegar a uma infecção por mês em crianças de até seis anos.

A pediatra finalizou ressaltando a importância fundamental da vacinação. “A gente não pode esquecer das vacinas. Eu acho que assim, é um ponto fundamental da gente abordar, porque a gente tá tendo esses casos de SRAG, não só em crianças, a gente também tá tendo idosos. E uma coisa que a gente esqueceu foi a redução da vacinação”, concluiu a Dra. Maria Luiza, alertando para a necessidade de manter a caderneta de vacinação atualizada como forma de proteção contra doenças graves.