‘Quase morri e não emagreci’: pacientes relatam reações graves após usar canetas emagrecedoras falsificadas

DO G1
Consumidores de várias partes do país têm sofrido efeitos adversos sérios após utilizarem tirzepatida falsificada — princípio ativo do medicamento Mounjaro. A facilidade de compra por meio de atravessadores, consultórios improvisados e importações irregulares tem ampliado o risco para quem busca emagrecimento rápido.
O chef Paulo Marin, 50, contou que sofreu náuseas, vômitos, tontura e hematomas após aplicações feitas por um suposto médico sem CRM, além de não ter emagrecido. Ele também chegou a ser hospitalizado ao usar a chamada “caneta do Paraguai”.
Outro caso é o de Ivete de Freitas, 69, que apresentou manchas vermelhas pelo corpo depois de aplicar um frasco supostamente importado. Mesmo com prescrição, ela optou por uma oferta mais barata e teve quadro alérgico grave.
Especialistas explicam que produtos clandestinos costumam ter baixa pureza, falta de esterilidade, substâncias desconhecidas e até ingredientes proibidos. A Anvisa permite manipulação de tirzepatida, mas exige rastreabilidade, pureza comprovada, ambiente estéril e prescrição individual — regras frequentemente ignoradas em preparações irregulares.
A fabricante Eli Lilly alerta que não autoriza manipulação nem venda avulsa do Mounjaro, e que soluções líquidas fora dos canais oficiais são consideradas falsificadas. Análises recentes identificaram frascos sem tirzepatida, com impurezas e misturas perigosas.
Especialistas reforçam que o uso de canetas falsificadas pode causar infecções, reações severas, alterações cardiovasculares e até risco de morte.






