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Secretaria Estadual de Saúde cria comitê para monitorar infecções pelo superfungo Candida auris

Após a confirmação do terceiro caso de infecção pelo Candida auris em menos de uma semana, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) anunciou a criação de um comitê técnico para monitorar as infecções causadas por esse superfungo. O objetivo do comitê é acompanhar a identificação, prevenção e controle dessas infecções nos serviços de saúde em Pernambuco.

O comitê é composto pela Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde e Atenção Primária, Secretaria Executiva de Atenção à Saúde, Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs), Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) e especialistas na área de infectologia.

Segundo a SES, algumas medidas de prevenção ao superfungo incluem o uso adequado de materiais de proteção e a limpeza adequada do ambiente onde estão os pacientes infectados.

O estado de Pernambuco registrou três casos de infecção pelo Candida auris em um intervalo de quatro dias. Os pacientes afetados são um homem de 48 anos, internado no Hospital Miguel Arraes, em Paulista; um homem de 77 anos, internado no Hospital Tricentenário, em Olinda; e um homem de 66 anos, internado em um hospital particular no Recife.

Em resposta aos casos, a Apevisa anunciou o fechamento temporário do Hospital Miguel Arraes para novos atendimentos. A medida foi necessária devido ao fato de o paciente ter passado por diversos ambientes da unidade, e agora estão sendo realizados testes nas pessoas que tiveram contato com os pacientes para verificar se também foram infectadas.

O Candida auris é considerado um superfungo devido à sua resistência à maioria dos medicamentos existentes. Seu diagnóstico é desafiador, pois pode ser confundido com outros tipos de fungos comuns. Além disso, o Candida auris pode causar infecções graves, principalmente em indivíduos imunodeprimidos ou com comorbidades.

Em janeiro de 2022, o primeiro caso de Candida auris foi confirmado em Pernambuco pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Desde então, a SES-PE registrou 36 casos de infecção pelo fungo nos hospitais da Restauração e Miguel Arraes. Estudos indicam que até 90% dos pacientes com Candida auris são resistentes aos medicamentos fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas, comumente utilizados no tratamento de infecções fúngicas.