Jogando em casa, Sport é amassado no 1T, sofre goleado do Flamengo e fica no limite acima do Z4
O segundo tempo contra o Bahia na rodada passada, com cinco gols (dois validados e três anulados), foi o melhor momento do Sport na temporada. Entretanto, parece ter iludido o time rubro-negro acerca da capacidade técnica contra equipes mais fortes. Na sequência, teve ninguém menos que o Flamengo. Jair Ventura optou por manter o esquema com dois zagueiros e dois volantes, mesmo sem o suspenso Marcão – ou seja, sem tanto poder de marcação.
Além disso, manteve o jovem Ewerthon, com boa presença ofensiva, mas sem o mesmo encaixe defensivo da dobradinha anterior na direita, com Prata. Neste cenário, o Sport procurou rodar a bola em busca de espaço na defesa carioca por 3 minutos. Isso mesmo, 3. Foi o tempo até o visitante já abria o placar, numa jogada envolvendo Gerson (virada de jogo), Arrascaeta (cruzamento rasteiro) e Gabigol (finalização). Uma construção ofensiva de quem tem peças para isso. Nessa jogada, vale a observação sobre o enorme espaço dado pelo lateral Patric no lançamento de Gerson, com o uruguaio dominando a bola nas suas costas.
O lance praticamente “decidiu” a partida. Afinal, até aqui o leão não conseguiu virar um jogo sequer – e só pontuou duas vezes reagindo durante o jogo. E o que já era ruim piorou aos 20 minutos, num passe errado de Patric para trás – talvez, a sua pior partida pelo clube. O contragolpe terminou com o gol de Bruno Henrique, outro destaque do Fla. No 1T, o scout de finalizações foi 13 x 2 a favor do Flamengo, num domínio absoluto, condizente com a disparidade entre o melhor ataque do BR (Fla, 60 gols; já somando os gols desta 33ª rodada) e o pior ataque (Sport, 26 gols). Então, por qual motivo uma escalação para “encarar” o Fla?
Neste caso, me chamou a atenção porque Jair já havia tentado algo diferente e já havia funcionado, como os ferrolhos contra Atlético-MG e Ceará, ambos fora de casa. Foram dois preciosos empates em 0 x 0. A presença na Ilha do Retiro seria suficiente para evitar essa postura? Somente em caso de miopia numa leitura sobre este campeonato, insistindo numa infrutífera marcação alta – ou “suicida”, como definiu PVC no Premiere. Até porque os resultados no domingo ajudaram, com o empate entre Vasco e Bahia e a derrota do Fortaleza. Ou seja, este jogo seria um “bônus”, mas isso não significava um “jogo franco”. No 2T, enfim recuando, o Sport acabou tendo mais chances pelas pontas, embora o Fla já estivesse poupando energia. E ainda assim, controlando a bola nos acréscimos, fez 3 x 0 com Pedro.