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Análise | Em Clássico das Multidões repleto de garotos, o veterano Pipico empata no fim

O primeiro clássico pernambucano na temporada “2021” foi marcado, sobretudo, pela farta utilização da base, ainda que por caminhos bem distintos. Seja pela pressão da rivalidade, pelo mau início (ambos vinham com 1 empate e 3 derrotas), pela falta de regularização dos principais nomes, tanto por punição quanto pela demora do trâmite, ou mesmo pelo espaço já obtido por algumas revelações, foram 16 jogadores até o limite Sub 23. A conta é exata, com oito atletas acionados de cada lado, sendo 4 já no time titular. De nomes já conhecidos, como o zagueiro Adryelson, titular numa Série A, a estreantes em clássicos como Marcel, Rodrigo e Simplício.

Esse é um ponto bem interessante deste capítulo do Clássico das Multidões no Arruda, mas não é o único, até porque, no fim das contas, e foi quase no fim mesmo, o empate foi definido pelo jogador mais experiente em campo. Aos 36 anos, o centroavante Pipico marcou de cabeça aos 38 minutos e cravou o placar de 1 x 1 entre Santa e Sport, pelo PE – o camisa 9 chegou a 36 gols em 79 partidas no tricolor. A própria participação de Pipico é um caso à parte, pois começou no banco de reservas, no que parecia ser a continuidade branda da dispensa de dois titulares também experientes – Didira e Paulinho. Porém, ele correspondeu.

Ao entrar no intervalo, ele foi a melhor peça coral, tendo outras duas boas chances no 2T, cuja produção nas alas – até então engolidas pelo adversário – mudou sensivelmente com a entrada de Marcel. Habilidoso, ele ganhou várias jogadas pela ponta direita, forçando a reação. Curiosamente, o gol saiu do outro lado, num cruzamento do também jovem Eduardo.

Àquela altura, o Sport já estava com uma média de idade muito baixa, com todo o setor ofensivo formado por jogadores entre 19 e 21 anos. O jogo do leão, de forma eficiente, existiu de fato na primeira etapa. Após um começo morno, estudado, o visitante passou a controlar as ações, teve um gol mal anulado de Sander (num erro incrível do bandeira) e eventualmente abriu o placar aos 30, com Mikael, que chegou a 3 gols em 4 jogos na temporada, somando os torneios. O atacante, um tanque lá na frente, ainda precisa melhorar a recomposição, e as cobranças de Jair Ventura durante todo o jogo mostram isso. Próximo à área, ele vai ganhando espaço, fazendo o pivô e mostrando um chute potente e preciso. Merece a sequência.

O rubro-negro tentou ampliar até o intervalo. Na volta, acertou o travessão aos 3, numa cabeçada de Marcão, e foi só. Depois, passou trabalhar o placar mínimo – por convicção e, também, pela falta de conjunto, uma contrapartida ao volume da base. Fazendo essa mesma ressalva para o Santa, enxergo uma resposta imediata à decisão da direção, que afastou dois nomes de peso no elenco. Neste cenário, Brigatti, recuperado da Covid-19, acabou aliviado. Por fazer valer a pena o teste e por melhorar, finalmente, com as suas mudanças. Da visão inicial de “convicção a qualquer custo”, desta vez fez três boas mexidas no intervalo.

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