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Carla Zambelli saca arma e aponta para homem em rua de São Paulo

A deputada federal Carla Zambelli (PL) sacou uma arma e apontou para um homem no meio da rua nos Jardins, área nobre de São Paulo, na tarde deste sábado (29), véspera das eleições.

Com a arma em riste, ela atravessou a rua Joaquim Eugênio de Lima com a Alameda Lorena seguindo o homem. Ele entrou no bar e Zambelli foi atrás. No vídeo, é possível ouvir a deputada gritar: “Deita no chão”.

Zambelli, por ser deputada, pode ter porte de arma. Segundo, a Secretaria da Segurança, o porte de arma de Zambelli é particular e foi emitido pela PF. Em um vídeo de 2020, ela comemorou nas redes sociais ter conseguido porte de arma calibre 38. Ela tem 3 pistolas, um revólver com registro válido no Sistema Nacional de Armas (Sinarm).

Em suas redes sociais, ela mostrou um machucado no joelho e disse que foi cercada e agredida.

Outro vídeo gravado por pessoas que presenciaram o acontecido, entretanto, mostra quando, momentos antes de apontar a arma, Zambelli tropeça e cai no chão ao tentar perseguir o homem. No vídeo, também é possível ouvir barulho de tiro.

Momentos depois, Zambelli divulgou vídeo em suas redes sociais contando sua versão.

“To fazendo um boletim de ocorrência. Eu fui agredida. […] Me empurraram no chão. Um homem negro. Eles usaram um negro pra vir em cima de mim”, diz ela no vídeo.

Deputada Carla Zambelli conta sua versão de confusão no Centro de SP em rede social

“Eram vários. Aí eu estava aqui saindo do restaurante, eles tinham visto a gente antes, no vidro aqui, vários homens se aproximaram, uma mulher de camiseta vermelha ficou do lado de lá dando cobertura. Todos eles se evadiram. […] E aí quando me empurrou, eu caí, saí correndo atrás dele, falei que ia chamar a polícia, que ele tinha que ficar aqui para esperar polícia chegar.”

Depois, ela divulgou uma nota (leia abaixo).

Em nota, a Polícia Militar diz que foi acionada “por volta das 16h30 deste sábado (29), para atendimento de ocorrência na Alameda Lorena, Jardins, região central da capital. No local, uma deputada federal informou que estava em um restaurante quando passou a ser ofendida e empurrada por pessoas não identificadas, motivo pelo qual sacou a pistola que portava. O caso será apresentado ao plantão do 78º DP (Jardins), em funcionamento no prédio do 4º DP (Consolação), para registro do boletim de ocorrência e devidas providências de polícia judiciária”, diz a nota.

“Neste sábado (29), por volta das 16H45, a deputada federal Carla Zambelli (PL) foi vítima de uma agressão no bairro Jardins, em São Paulo.

O episódio aconteceu quando a deputada estava de saída de um restaurante localizado entre a Avenida Lorena com a Rua Joaquim Eugênio Lima.

“Não foi um simples pressentimento. O restaurante possui várias janelas e enquanto eu ainda estava no local com meu filho de 14 anos, observei uma movimentação estranha pelas imediações.”

Ao sair do restaurante, vários homens e uma mulher começaram a cuspir na deputada que foi chamada de filha da puta e prostituta espanhola. Testemunhas locais informaram que o grupo gritava o nome de Lula.

Após cair no chão. Numa fração de segundos, a deputada examinou o fluxo de pessoas, sacou uma arma da cintura e acelerou em direção ao agressor que entrou num bar. Não houve disparos, mas Carla ficou com hematomas nas pernas após o ataque.

A deputada federal possui registro de arma de fogo para defesa pessoal.

A Resolução do TSE que proíbe o porte aplica-se apenas aos CACs, ou para ingresso de armas em seções eleitorais.

Após o incidente, Carla Zambelli registrou boletim de ocorrência contra os agressores.

Na noite desta sexta-feira (28), dados pessoais da deputada Carla Zambelli e de diversos apoiadores do Presidente Bolsonaro(PL) foram divulgados em postagens do Twitter e outras plataformas. No Twitter, o perfil falso chamado @stcdados foi um dos primeiros a compartilhar o conteúdo que foi amplamente divulgado. Um dos perfis que participaram do crime foi o @anonymousSTC, que conta com vários seguidores conhecidos como Jean Willys, Manuela D’ávila e alguns jornalistas com perfil verificado.

Pouco antes do último debate presidencial, Zambelli começou a receber milhares de ligações e mensagens ofensivas de desconhecidos. Até 2h de sábado (29), o telefone havia recebido mais de 800 ligações e mais de 42 mil mensagens de whatsapp.

A deputada publicou um vídeo no seu perfil do Instagram e tranquilizou amigos e apoiadores. Na ocasião, ela mostrou algumas mensagens de ameaças que recebeu. “Foi muito rápido, um monte de números desconhecidos começou a ligar e enviar mensagens ofensivas, pornografia. Me chamavam de nazista, vagabunda, além de me ameaçar de morte com imagens de rituais de magia negra”.

Carla Zambelli acredita na possibilidade de o ataque ter sido planejado por aliados da campanha de Lula. “Em várias publicações eles admitem que iriam “travar” a comunicação dos aliados de Bolsonaro” na hora do debate. Ela também acredita que organizações internacionais possam estar envolvidas, e lembrou que “foi o Ministro Edson Fachin que apontou para o risco de hackers estrangeiros atuarem nas eleições de 2022″.

O episódio fez com que apoiadores repudiassem a divulgação da privacidade e o ataque pesado que Carla recebeu.

Em seus perfis, Carla recebeu centenas de mensagens de eleitores, seguidores e amigos que repudiaram o ataque e desejaram força.

A deputada está encaminhando todas as mensagens para a sua equipe jurídica e garantiu que acionará a todos que participaram nas esferas penal e cível.

Divulgar dados pessoais é crime. Ameaçar e perseguir alguém, por qualquer meio, também. São crimes com previsão de penas que podem ultrapassar dois anos de reclusão. A associação de várias pessoas para a prática do crime, é um agravante que aumenta as penas previstas.”

Do G1

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