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Confiança do empresário do comércio cai em junho, mas perspectiva de contratação continua positiva no Recife

Em junho de 2024, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), no Recife, apresentou uma leve queda de 0,8% em relação ao mês anterior, situando-se em 108,0 pontos. Os dados foram divulgados pela Fecomércio Pernambuco, que realizou um recorte local na pesquisa elaborado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ainda segundo o recorte, este é o nono mês consecutivo de recuo, refletindo um cenário de cautela entre os empresários do setor.

Gráfico 1: Índice de Confiança do Empresário do Comércio

O Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio registrou uma ligeira elevação de 0,6%, alcançando 84,3 pontos. Embora essa variação positiva indique uma leve melhora nas condições atuais percebidas pelos empresários, ainda assim, o índice permanece abaixo do patamar de 100 pontos, o que aponta uma percepção negativa das condições econômicas e de negócios.

Apesar do cenário de cautela, a Expectativa do Empresário do Comércio para os próximos meses teve uma queda de 3%, refletindo a incerteza em relação ao futuro da economia brasileira e do setor. Essa diminuição nas expectativas é justificada, pela redução das expectativas sobre a economia brasileira e o comércio, com quedas de 3,8% e 3,3%, respectivamente. Esse movimento é justificado pela interrupção no corte de juros no Brasil e o avanço inflacionário nos últimos meses.

No entanto, o Indicador de Contratação de Funcionários manteve uma tendência positiva, com um aumento de 1,5% em junho, atingindo 120,9 pontos. Esse resultado sugere que, apesar das incertezas e da cautela geral, os empresários do comércio ainda demonstram confiança na ampliação de suas equipes no curto prazo. Em comparação ao mesmo mês do ano anterior, o indicador de contratação cresceu, evidenciando um aumento de 12,5%.

Conforme o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o momento é de expectativa para as decisões macroeconômicas dos próximos meses. “Com o freio na queda da taxa Selic, imposto pelo Banco Central, e a incerteza em relação à inflação, o varejo deve adotar movimentos cautelosos no futuro próximo”, afirma Tadros. Ele lembra que a queda do volume do comércio varejista ampliado desperta ainda mais atenção para o momento atual.

“Embora a confiança dos empresários do comércio em Recife tenha recuado pelo nono mês consecutivo, os indicadores do mercado de trabalho apontam uma perspectiva melhor para os próximos meses. O crescimento do Indicador de Contratação de Funcionários e os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) sugerem um otimismo cauteloso quanto ao emprego formal. Contudo, o mercado de trabalho também irá reagir aos fatores de juros e inflação”, comenta Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE.