Política

Datafolha: Lula tem 48% das intenções de voto; Bolsonaro soma 22%; Moro, 9% e Ciro, 7%

A pouco mais de nove meses das eleições de 2022, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue à frente na disputa pela Presidência, de acordo com pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (16) pelo jornal “Folha de S. Paulo”. O petista tem hoje 48% das intenções de voto. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos, Lula pode ter votos suficientes para garantir vitória já no primeiro turno.

Já o presidente Jair Bolsonaro, que se filiou recentemente ao PL para tentar a reeleição, soma 22% das intenções de voto. A disputa entre os nomes que tentam viabilizar uma candidatura de terceira via está embolada. O ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) é quem tem numericamente o melhor desempenho, com 9% das intenções de voto.

Já o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), somam respectivamente 7% e 4% dos votos. Há 8% que votariam em branco ou nulo, e 2% não opinaram.

O Datafolha ouviu 3.666 eleitores em 191 cidades, entre os dias 13 e 16 de dezembro. A pesquisa traz ainda outra simulação, em que foram listados os demais nomes até o momento colocados na disputa. Neste cenário, Lula aparece com 47% dos votos, contra 21% de Bolsonaro. Moro e Ciro seguem com, respectivamente, 9% e 7%, enquanto Doria oscila para 3%.

Os nomes alternativos são os dos senadores Simone Tebet (MDB) e Rodrigo Pacheco (PSD), com 1% cada, além de Alessandro Vieira (Rede), o ex-ministro Aldo Rebelo (Sem partido) e o Felipe D’Ávila (Novo), que não pontuaram. Os percentuais de voto em branco e nulo seguem os mesmos do primeiro cenário.

Ainda segundo o Datafolha, não é possível fazer uma comparação com o levantamento anterior, de setembro, uma vez os cenários são diferentes.

Em relação aos perfis do eleitorado dos principais candidatos, o Datafolha mostra um cenário semelhante ao de levantamentos anteriores, segundo a “Folha de S. Paulo”. O ex-presidente Lula tem desempenho melhor entre aqueles com menor renda (56% e 55%, no primeiro e segundo cenários), menos escolarizados (56% nos dois cenários) e mais jovens (54% e 53%). O petista também segue com desempenho ainda maior no Nordeste (61% e 63%).

Já Bolsonaro se destaca entre os mais ricos: chega a 32% entre quem ganha de 5 a 10 salários mínimos e 34% entre eleitores ouvidos com renda acima de 10 salários. O mesmo é observado no desempenho de Moro, que chega a 15% e 17% respectivamente nesses mesmos segmentos.

Entre quem ganha até dois salários mínimos, Bolsonaro soma apenas 16% dos votos. O presidente tem seu melhor desempenho no Sul do país (27% no primeiro cenário e 25% no segundo). Moro também sobe para em torno de 12% a 13% na região e no Sudeste. No Nordeste, o ex-juiz soma 3%, patamar semelhante ao de Doria. Ciro Gomes, por sua vez, tem votação homogênea em todas as regiões.

Entre os evangélicos, embora Lula lidere, sua vantagem é menor em relação ao presidente Jair Bolsonaro. O petista soma 39% no primeiro cenário e 38% no segundo. Já Bolsonaro chega a 33% e 31%, respectivamente. A indicação do nome de André Mendonça, que é evangélico, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) não surtiu efeito nos votos de Bolsonaro no segmento, ainda segundo o instituto.

REJEIÇÃO

A nove meses do primeiro turno das eleições de 2022, a rejeição do presidente Jair Bolsonaro (PL) chega a 60%. O número é da mais recente pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira. No levantamento anterior, realizado em setembro, o índice já indicava um cenário negativo para o chefe do Executivo: ele apresentava 59% de rejeição, o que aponta, agora, uma oscilação de um ponto percentual dentro da margem de erro, que é de dois pontos. Líder na pesquisa de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou queda de quatro pontos entre os que o rejeitam.

A rejeição do petista, em setembro, era de 38%. Agora, caiu para 34%, número que identifica aqueles que disseram que não votariam em Lula de jeito nenhum. O mesmo aconteceu com dois candidatos da chamada “terceira via”: João Doria (PSDB), que viu sua rejeição cair de 37% para 34%, e Ciro Gomes (PDT), que também registrou queda de quatro pontos: de 30%, há três meses, para 26% no atual levantamento.

Citado na primeira vez na pesquisa, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) enfrenta 30% de rejeição no eleitorado. Filiado ao Podemos em novembro, o ex-ministro de Bolsonaro não estava oficialmente na disputa à Presidência na data do último levantamento.

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) registrou uma rejeição de 17%, seguido por Aldo Rebelo (sem partido), com 16%; e Alessandro Vieira (Cidadania), Simone Tebet (MDB) e Felipe D’Avila (Novo), com 15% cada. Dentre aqueles que não votariam em nenhuma das opções, o índice foi de 3%, enquanto 1% não souberam responder e 1% votaria em qualquer um dos pré-candidatos. O Datafolha ouviu 3.666 eleitores em 191 cidades, entre os dias 13 e 16 de dezembro.

Em meio a um cenário econômico de inflação alta e alta taxa de desemprego, com piora nos indicadores, o presidente da República crê no pagamento de um Auxílio Brasil turbinado, de no mínimo R$ 400, como a esperança de reverter sua rejeição. O programa é o substituto do Bolsa Família. Para destinar recursos ao programa, o governo apresentou ao Congresso a chamada PEC dos Precatórios, a proposta de emenda à Constituição que muda o pagamento de despesas federais decorrentes de sentenças judiciais e altera o cálculo do teto de gastos. O texto foi completamente aprovado pelos parlamentares.

Ainda assim, no entanto, a pesquisa realizada pelo Datafolha reforçou o tamanho do desafio de Bolsonaro para conquistar votos entre os eleitores com menor renda, de até dois salários mínimos — grupo que equivale a 51% da amostra do instituto. Segundo o levantamento, a diferença entre Bolsonaro e o ex-presidente Lula nesse segmento soma hoje 40 pontos percentuais. O petista tem 56% das intenções de voto, contra 16% do atual presidente. Em setembro, quando foi divulgada a pesquisa anterior, essa distância era menor, de 34 pontos. As informações são da Agência o Globo.

Deixe seu comentário