Um laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal (IML) de Teresina confirmou a violência sexual sofrida por Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, que foi assassinada ao participar de uma calourada na Universidade Federal do Piauí (UFPI), realizada na última sexta-feira (27).
De acordo com o delegado Francisco Costa, coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, além de ter sido estuprada, a vítima teve o pescoço quebrado.
O IML confirmou, em nota, que a causa da morte foi trauma raquimedular por ação contundente, ou seja, uma contusão na coluna vertebral a nível cervical, que provocou lesão da medula espinhal e morte.
O órgão também pontuou que a ação contundente pode ter sido causada “por pancada, torcendo a coluna vertebral ou traumatizando, ação das mãos no pescoço com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta, dentre outras possibilidades que estão sendo analisadas junto às investigações do caso”.
Ao G1, o delegado afirmou que, conforme a médica legista, Janaína chegou morta ao Hospital da Primavera, que fica na Zona Norte de Teresina, apresentando lesões no rosto e em diversas regiões do corpo.
De acordo com ele, a jovem foi violentada em uma sala do Programa de Pós-Graduação em Matemática, no Centro de Ciências da Natureza (CCN) da UFPI, onde foram encontrados uma mesa e um colchão com vestígios de sangue. Os materiais foram apreendidos.
Um jovem que também é estudante da UFPI foi preso suspeito do crime. Ele teria relatado que a aluna de Jornalismo, que ingressou na faculdade no segundo semestre de 2020, teria passado mal durante uma relação sexual consensual.
“O que sabemos é que um vigilante da instituição avistou o rapaz saindo da sala, com a moça nos braços. O vigilante viu as roupas do rapaz sujas de sangue, disse ‘ei, o que tá acontecendo aí?’ e o rapaz disse ‘minha amiga passou mal, tô levando pro hospital’. O vigilante então deteve ele, chamou reforço e, de carro, foi com os dois até o hospital”, informou Barêtta.
O delegado ainda deu outros detalhes: “Estamos investigando o contato dele com uma pessoa. Pode ser que ao sair da sala, ele não estivesse indo ao hospital. Acho que ele sabia que ela estava morta e pode ter entrado em contato com alguém pra pedir ajuda pra descartar o corpo. Os ferimentos indicam um homicídio qualificado, um crime hediondo, em que o feminicídio pode ser apenas uma das qualificadoras”.
Via G1