Pernambuco

Funase faz primeira retificação de registro civil de socioeducanda trans: “Estou renascendo”

 

Foi realizada pela primeira fez em Pernambuco a retificação do registro civil de uma socioeducanda trans. A contemplada cumpre medida socioeducativa há quase dois anos, no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Santa Luzia, unidade feminina da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase).

O primeiro nome da socioeducanda trans E.V.F.A. não pode ser divulgado, mas o segundo escolhido foi Vitória: “Estou renascendo. Nunca me senti tão livre e feliz”, contou ela, que tem 19 anos e, agora, busca ressignificar a vida por meio da nova identidade e de qualificações profissionais.

Dentro da Funase, a socioeducanda já fez diversos cursos profissionalizantes e diz que, ao sair da unidade, vai querer trabalhar com design gráfico.

“Vou mudar de vida. Desde os 11 anos eu me via como mulher. Minha mãe sempre me apoiou. Sou a filha do meio de 11 filhos. Na minha casa nunca sofri preconceito, mas na rua era diferente”, disse a jovem, que informou ter encontrado na Funase o apoio que precisava para ser o que sempre quis ser.

“Nunca me senti tão livre e respeitada como aqui dentro da unidade. Nunca precisei esconder quem eu sou. Aqui uso as roupas que gosto, passo o meu batom vermelho, sou uma mulher. Na Funase sempre fui tratada com respeito”, afirmou.

Durante os atendimentos com a assistente social, Kamila Sena, a socioeducanda soube das garantias de seus direitos. “Ela manifestou que queria mudar o nome e fazer a hormonioterapia. No Centro Municipal de Referência em Cidadania LGBT, fomos informadas que precisamos de todos os documentos para iniciar o processo, como ela só tinha certidão e CPF, tivemos que providenciar a segunda via de todos os outros documentos”, explicou Kamila Sena.

Segundo a Funase, após o processo da retirada das segundas vias, houve o retorno para o Centro de Referência e, posteriormente, para a Defensoria Pública, que fez todo encaminhamento para a retificação do nome.

“É extremamente importante a garantia desse direito para uma população que já é bastante discriminada. Ter o nome e gênero pelo qual ela se identifica em seus documentos evita constrangimentos, discriminação social, além de ajudar no processo de empoderamento”, enfatizou a assistente social.

Informações: Folha de Pernambuco

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