Política

Governo Lula se recusa a informar sobre gastos de Janja em Nova York

O governo Lula tem se recusado a prestar informações sobre uma viagem da primeira-dama Janja (foto) para Nova York em março deste ano. A Folha pediu as informações por meio da Lei de Acesso à Informação e recebeu negativa em três instâncias.

Janja foi para Nova York em março para um evento da ONU. Ela está novamente na cidade para acompanhar Lula durante a agenda na Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Desta vez, a primeira-dama antecipou a viagem e embarcou para os Estados Unidos na última quarta-feira, três dias antes da data em que o presidente e sua comitiva partiram do Brasil.

Consta em sua agenda de sexta participação do evento da ONU “Economias justas, inclusivas e antirracistas para não deixar ninguém para trás”. Já no sábado consta participação do painel “Food for Humanity”, promovido pela Universidade Columbia.

“Os questionamentos da reportagem passaram por vários ministérios, além da assessoria da própria primeira-dama. Mas ainda há lacunas sobre a viagem”, diz a Folha.

Segundo o jornal, a assessoria de Janja apresentou informações desencontradas sobre a viagem de março, respondendo inicialmente que ela havia se hospedado na casa de terceiros. Depois, afirmou que a primeira-dama ficou na residência oficial brasileira em Nova York.

Em resposta a um primeiro pedido, o Ministério das Mulheres informou que Janja recebeu da pasta apenas passagens aéreas e seguro viagem, sem custeio de hospedagem ou alimentação.

O painel de viagens do governo Lula informou que os voos de ida e volta entre Brasília e Nova York custaram R$ 43,4 mil.

A Folha fez um novo pedido ao Palácio do Planalto, solicitando detalhes sobre o local de hospedagem, a origem dos recursos para alimentação e estadia, o valor total gasto e o número de servidores que acompanharam Janja.

O gabinete do presidente da República respondeu que o assunto caberia ao Ministério das Mulheres. A secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, também negou as informações e argumentou que o Ministério das Mulheres já havia se manifestado, embora não tenha atendido ao pedido da Folha integralmente.