O ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu exoneração do cargo nesta segunda-feira, 28. Segundo a Jovem Pan, o Ministério da Educação (MEC) deve ser assumido pelo secretário-executivo da pasta, Victor Godoy Veiga – a troca deve ser oficializada até o final desta semana, quando outros ministros do governo Bolsonaro deixarão seus cargos para disputar as eleições de outubro deste ano, conforme exige a legislação eleitoral. Parlamentares da bancada evangélica defendiam que ele se licenciasse enquanto durassem as investigações, mas questões jurídicas inviabilizaram esta solução.
Ribeiro se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda, no Palácio do Planalto, e, de acordo com relatos feitos à reportagem, colocou o seu cargo à disposição. A saída do pastor presbiteriano, o quarto a ocupar o MEC desde o início da gestão, ocorre em meio a uma crise que atinge a pasta.
Reportagens publicadas nas últimas semanas apontam a existência de um “gabinete paralelo” para o favorecimento de prefeituras indicadas por pastores. Em um áudio divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo, o ministro diz que uma de suas prioridades é atender às demandas de Gilmar Santos, um dos líderes da Assembleia de Deus. “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar”, diz na gravação.
Após a revelação da conversa, outras denúncias começaram a aparecer. Prefeitos relataram ter recebido pedidos de propina do pastor Arilton Moura para facilitar o repasse de verbas federais.