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Paulo Câmara fará reunião com bancada pernambucana sobre Transnordestina

Na semana passada, o blog de Jamildo informou que o governo Federal planeja autorizar que os concessionários da Transnordestina prejudiquem Pernambuco, concluindo apenas a perna que vai para o porto de Pecém, em Fortaleza. O consórcio, pelo contrato de arrendamento, era obrigado a fazer as duas pernas, ligando a ferrovia também ao porto de Suape.

Pois bem.

Nesta manha de terça-feira, o governador Paulo Câmara promove uma reunião com a bancada federal pernambucana sobre a Transnordestina. O socialista fará uma videoconferência com os 25 deputados federais e três senadores.

Quando a revelação veio a público, o Estado havia dito que essa situação devia ser discutidas pelo governador Paulo Câmara com o próprio ministro, em reunião que estava marcada para o próximo dia 16 de agosto, em Brasília.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco disse ao blog que não houve um comunicado oficial por parte do Ministério da Infraestrutura e nem uma sinalização de conclusão dos estudos que estão sendo feitos por uma consultoria contratada sobre ramal da ferrovia Transnordestina em Pernambuco.
“A SDEC garante que o trecho que falta até o Porto de Suape é menor e mais barato em relação ao outro trecho”.

Entenda a polêmica

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, informou que Pernambuco não terá mais um ramal da ferrovia Transnordestina em uma live realizada pelo Jornal Valor.

Segundo o ministro, não haveria viabilidade para fazer a conexão da ferrovia até Porto de Suape, por isso o governo deverá optar por construir, por enquanto, somente o trecho da ferrovia Transnordestina até o Porto de Pecém, no Ceará.

“Foi um imbróglio que foi herdado, mais um problema de modelagem. Entendo que as duas ‘pernas’ não coexistem. Estou deixando claro para todo mundo que não tem demanda para o ramal de Pernambuco e para o ramal do Ceará”, afirmou durante o evento realizado na última terça-feira (20).

De acordo com Tarcísio, o projeto precisaria ser refeito.
“É um contrato que, em função de ter uma quantidade grande de obra enterrada, precisa ser redesenhado. O que dedicamos a fazer, até agora, foi esse redesenho, apertar a tecla ‘reset’”, afirmou.

O vice-presidente da Federação Nacional dos Operadores Portuários – Fenop e diretor da Agemar Transportes e Empreendimentos, Manoel Ferreira, em informe ao blog, discordou do ministro com relação a afirmação de que não há demanda de cargas para os dois trechos da ferrovia.

“Suape movimenta atualmente 25 milhões de toneladas anuais e tem potencial para atrair pelo menos mais 20 milhões”, ressalta.

Segundo ele, o trecho a ser concluído até Suape é 200 km menor do que o que vai até Pecém e se o Governo Federal não quiser tocar o projeto, Pernambuco deverá ir atrás de outras alternativas.

“Com o fim dessa expectativa sem fim, o Estado estará livre para ir em busca de novos ‘players’ interessados em aproveitar o potencial do porto pernambucano”, destacou.

“Essa sacanagem da Transnordestina estava armada há muito tempo. Vai bombar o Porto do Pecem com a imensa quantidade de grãos que vai sair por lá vindos do Piauí e Maranhão. Absurdo isso e foi armada ainda nos governos Lula e Dilma. Nossos políticos precisam se unir e gritar contra esse absurdo, urgentemente”, comentou um executivo da área de portos, ao Blog de Jamildo.

A Transnordestina começou a ser construída em 2006 com prazo para estar concluída em 2014 e, depois, em 2016. Em 2017 o Tribunal de Contas da União suspendeu os repasses públicos em razão das incertezas quanto a possibilidade de conclusão do projeto que já havia consumido R$ 6 bilhões em investimentos e ainda demandava mais de R$ 5 bilhões para ser concluído.

Na live, Tarcísio informou que a concessionária Transnordestina Logística, comandada pela CSN e responsável por construir e operar a ferrovia, mantém as obras em andamento, com praticamente 1.000 trabalhadores em campo, tendo investido R$ 300 milhões no ano passado.

Do JC Online

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