Servidor do INSS tem documentos e computador apreendidos pela PF dentro de operação contra fraude em Recife
Um servidor público do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que mora no Recife e tem 36 anos, foi alvo de dois mandados de busca e apreensão dentro de uma operação que investiga uma fraude bilionária no Seguro Desemprego do Pescador Artesanal (SDPA), conhecido como Seguro Defeso. Na casa e no trabalho dele, foram apreendidos documentos e equipamentos de informática.
A investigação é coordenada pela Polícia Federal (PF) do Pará. A associação criminosa teria desviado aproximadamente R$1,520 bilhão em pagamentos de benefícios a solicitantes de 1.340 cidades, segundo a PF.
O g1 entrou em contato com o INSS em Pernambuco para saber se o servidor continuaria trabalhando e a assessoria de comunicação informou que desconhecia os detalhes da ação, cabendo à PF as informações oficiais.
Os mandados no Recife foram cumpridos no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da capital, onde ele mora, e em Santo Amaro, região central da cidade. O homem segue trabalhando em regime de tele trabalho, segundo a PF.
Todo o material segue para a coordenação da operação Tarrafa em Belém, onde deve ser periciado para subsidiar as investigações.
Investigação
Segundo a PF, as investigações para a operação Tarrafa iniciaram em 2020, quando um grupo de trabalho foi montado para apurar suspeitas de fraudes cometidas na inserção dos dados no registro geral do pescador. Depois disso, era feito pedido de deferimento do benefício previdenciário.
Ao menos 102 certificados digitais de identificação fraudulentos foram expedidos em nome de servidores públicos, de acordo com as investigações.
A PF disse que a organização criminosa agia da seguinte maneira:
- utilizava certificados falsos em nome de servidores;
- conseguiu gerar cerca de 436 mil pedidos de Seguro Defeso;
- envolvia cerca de 400 mil CPFs;
- e agia com ajuda de colônias, sindicatos e associações de pescadores.
A PF informou que os crimes investigados estão estelionato, participação em organização criminosa , falsificação de documento público, uso de documento falso, inserção de dados falsos em sistemas de informação, corrupção passiva e corrupção ativa.
O nome da operação se refere a equipamento utilizado para a pesca artesanal, em alusão ao tipo de benefício objeto da ação da organização criminosa.