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Bolsonaro diz que ligou para Putin neste domingo e que Brasil adotará posicionamento ‘neutro’ com relação à Ucrânia

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que ligou, neste domingo (27), para o presidente russo Vladimir Putin e conversou sobre o conflito do país contra a Ucrânia. Segundo ele, o Brasil irá adotar um posicionamento neutro, pois não quer “trazer as consequências do embate para o país”. Quando questionado sobre os assuntos abordados com Putin, o presidente brasileiro afirmou que não daria detalhes sobre a conversa.

Ao ser questionado sobre o cerco que o exército russo faz na capital ucraniana, Kiev, Bolsonaro disse que é um ‘exagero falar em massacre’ (leia mais abaixo). A declaração foi dada durante entrevista coletiva à imprensa dentro do Forte dos Andradas, em Guarujá, no litoral de São Paulo, onde o presidente e sua comitiva estão hospedados para passar o feriado de Carnaval.

Em uma sala improvisada no local, Bolsonaro conversou por cerca de 30 minutos e respondeu perguntas de jornalistas de diferentes veículos de comunicação, focando exatamente no ataque russo em terras ucranianas.

“O mundo todo está conectado que o que acontece há 10 mil km influencia no Brasil”, disse assim que chegou à coletiva. “Temos que ter responsabilidade em termos de negócios com a Rússia. O Brasil depende de fertilizantes”.

“Estive falando há pouco com o presidente Putin, tratamos dos fertilizantes, do nosso comércio, ficamos duas horas ao telefone. Ele falou da Ucrânia, mas me reservo a não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam”, disse Bolsonaro.

O presidente também falou sobre o voto do Brasil na resolução da ONU. “Não tem nenhuma sanção ou condenação ao presidente Putin”, garantiu. “O voto do Brasil não está definido e não está atrelado a qualquer potência. Nosso voto é livre e vai ser dado nessa direção […]. A nossa posição com o ministro Carlos França é de equilíbrio. E nós não podemos interferir. Nós queremos a paz, mas não podemos trazer consequências para cá”, defendeu o posicionamento.

Quando questionado se continuaria com discurso de neutralidade mesmo após o avanço das tropas russas por cidades da Ucrânia e possível mortes de civis, o presidente respondeu que “grande parte da população da Ucrânia fala russo”. “São países praticamente irmãos. Um massacre de civis há muito tempo não se ouve falar. Não é tática de nenhum mundo fazer isso”, respondeu.

Ao ser questionado sobre o cerco que o exército russo faz na capital ucraniana, Kiev, Bolsonaro disse que é um ‘exagero falar em massacre’. “Eu entendo que não há interesse por parte do líder russo de praticar um massacre. Ele está se empenhando em duas regiões do Sul da Ucrânia que, em referendo, mais de 90% da população quis se tornar independente, se aproximando da Rússia. Uma decisão minha pode trazer sérios prejuízos para o Brasil”, disse.

O presidente disse, ainda, que o povo “confiou em um comediante”. “O comediante que foi eleito presidente da Ucrânia, o povo confiou em um comediante para traçar o destino da nação. Eu vou esperar o relatório da ONU para emitir a minha opinião”, afirmou.

Bolsonaro defendeu o posicionamento neutro diante do conflito entre Rússia e Ucrânia. “O mundo se preocupa com isso. Um conflito, ainda mais para a área nuclear, o mundo todo vai sofrer com isso aí. Então isso não interessa pra ninguém, seria um suicídio. Agora, nós devemos entender o que está acontecendo, no meu entender, nós não vamos tomar partido, nós vamos continuar pela neutralidade e ajudar no que for possível em busca da solução”, disse.

Do G1

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