Pernambuco

Programa da UFPE estimula cadastro da população que deseja destinar corpo para pesquisa após a morte

Com o objetivo de ampliar os estudos práticos e contribuir com a formação dos estudantes dos cursos da área de saúde, principalmente de Medicina, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) criou o programa Doação de Corpos para Estudo, que realiza o cadastro da população que deseja destinar o seu corpo para pesquisa após a morte.

Os interessados devem preencher, em vida, o termo de doação, disponibilizado pelo programa, autorizando o procedimento. Os familiares também devem assinar o documento, que precisa ser autenticado em cartório e entregue ao Departamento de Anatomia da UFPE.

De acordo com a instituição de ensino, a pessoa interessada receberá o procedimento pós-morte, documento que explica que o corpo não será sepultado, mas, sim, levado para estudo na UFPE. Os familiares também precisam assinar o termo, já que serão eles os responsáveis por entrar em contato com a universidade para que esta providencie o translado do corpo.

“É necessário o corpo e a dissecação para o estudo. A gente precisa de corpos para formar bons profissionais de saúde, senão eles não terão a formação adequada”, afirmou a professora do Departamento de Anatomia da UFPE, Elizabeth Neves de Mel, que coordena o Programa de Doação de Corpos para Estudo.

Segundo a UFPE, é possível, ainda, doar um corpo para estudo por decisão da família. Neste caso, os familiares devem entrar em contato com a universidade, formalizando a doação por meio da documentação devida, disponível no site da instituição de ensino. A universidade se encarrega de buscar o corpo caso ele esteja na Região Metropolitana do Recife. Caso esteja fora da região ou do Estado, a família deve se encarregar pelo translado.

O serviço de Doação de Corpos para Estudo existe na UFPE, com provimento definido junto ao Estado, desde 2008. Atualmente, 42 pessoas já assinaram os termos de doação e seus corpos serão objeto de estudo após o óbito. Antes, os corpos considerados indigentes eram direcionados ao Departamento de Anatomia da instituição para pesquisa.

Esse cenário só mudou depois que professores da UFPE, da Universidade de Pernambuco (UPE), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) conseguiram aprovar um documento modelo para recebimento de corpos junto à Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE), Secretaria de Saúde do Recife, Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlurb), Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e Corregedoria Geral da Justiça de Pernambuco (CGJ-PE).

“Hoje, temos o Provimento nº 28/2008 e a Lei Federal 8501/92, que direcionam cada setor diante de um corpo para doação. Exatamente diante desses estudos todos, quando vamos trabalhar um corpo, temos que ver de onde ele veio, se tem identidade, se foi reconhecido ou não, se tem certidão de óbito. Isso aconteceu em setembro de 2008”, explicou a professora Elizabeth Neves.

 

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