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Lula pretende apresentar versão final do plano de governo apenas após as eleições

A campanha do ex-presidente Lula suspendeu a apresentação da versão final do seu programa de governo.

A ideia predominante hoje é apresentar um programa apenas após as eleições. Antes, o plano era publicar um documento aprofundando diretrizes gerais apresentadas no dia 21 de junho. A ideia ventilada era, no decorrer da campanha, apresentar um programa a partir de dois eixos: sugestões recebidas por uma plataforma na internet e também em mesas de diálogos setoriais.

Ambas de fato ocorreram, mas houve uma reavaliação interna sobre a conveniência de formalizar um programa antes da eleição.

De acordo com fontes da campanha, são diversos os motivos. Mas o principal é o de que a ausência de um documento definitivo ajuda Lula a angariar apoios que o petista tem buscado, especialmente entre nomes ao centro do espectro político. Justamente o perfil que petistas buscam para tentar vencer no primeiro turno, estratégia central da campanha nesta reta final.

Uma alta fonte da campanha, por exemplo, disse à CNN que o apoio de parte dos ex-candidatos a presidente é um exemplo disso. A leitura é de que, se já houvesse um programa fechado, conforme idealizado inicialmente, não seria possível negociar apoios na reta final para o primeiro turno.

Além disso, integrantes da campanha dizem que não é um programa apresentado de antemão que fará Lula vencer. Mais que isso, a depender do que estiver no documento, pode dar munição ao principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro.

Integrantes do QG de Lula dizem que essa munição pode ser explorada tanto de forma negativa, como uma eventual proposta ligada a pauta de costumes —aborto por exemplo— como de forma positiva, com a campanha governista apresentando um programa como contraponto. Foi o que ocorreu, dizem, após o PT defender um adicional de R$ 150 no Bolsa Família para crianças. Dias depois, a campanha de Bolsonaro apresentou uma ideia de Auxilio Brasil de R$ 800.

Ate mesmo textos para a área econômica da Fundação Perseu Abramo, o centro de estudos do partido, foram suspensos. A instituição já publicou documentos em diversas áreas, como meio ambiente e política social, e deixou o de economia, muito cobrado por agentes econômicos, para o fim. Mas a data de publicação segue indefinida.

Procurado, o coordenador do programa de governo de Lula e presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, confirmou por meio de sua assessoria que que “não há prazo” para o programa de governo mas que “as principais propostas estão sendo lançadas ao longo da campanha”.

Sobre o caderno de economia da FPA, disse que “os cadernos de economia estão na fase final”, mas ressalta que “serão publicações com a opinião dos autores, não do NAPP (sigla pra Nucleo de Acompanhamento de Politicas Publicas) ou da campanha”.

Da CNN

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