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Barroso, ministro do STF, declara: ‘derrotamos o bolsonarismo’


O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi vaiado por um grupo de estudantes durante a abertura do 59° Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) nesta quarta (12), em Brasília, e respondeu citando o bolsonarismo, a luta contra a ditadura militar (1964-1985) e a defesa da democracia.

Após afirmar que “nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo”, Barroso provocou reações de deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que falaram em pedir o impeachment do magistrado.

O desgaste levou o STF a divulgar uma nota nesta quinta (15) dizendo que, “como se extrai claramente do contexto”, a fala de Barroso “referia-se ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição”.

No evento da UNE, Barroso afirmou que estar no local significava reencontrar o próprio passado de enfrentamento ao autoritarismo e à intolerância.

“Só ditadura fecha Congresso, só ditadura cassa mandatos, só ditadura cria censura, só ditadura tem presos políticos”, disse em um dos trechos em que o discurso não foi abafado pelo som das vaias. “Nós percorremos um longo caminho para que as pessoas pudessem se manifestar de qualquer maneira que quisessem.”

Diante do protesto dos estudantes, Barroso defendeu o direito às manifestações e afirmou que “gritar ao invés de ouvir” e não colocar os argumentos na mesa é bolsonarismo.

“Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, afirmou.

“Esse é o passado recente do qual estamos tentando nos livrar”, acrescentou o ministro do STF, que acumula um histórico de polêmicas com aliados de Bolsonaro, incluindo a frase “perdeu mané, não amola”, após ser hostilizado em Nova York.

As novas referências de Barroso ao bolsonarismo Jair Bolsonaro (PL) resultaram em críticas de aliados de Bolsonaro. O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que a oposição entrará com processo de impeachment contra o magistrado “por cometer crime de ‘exercer atividade político-partidária’”.

“Se, por um milagre, houver justiça nesse país, a perda do cargo é inegável”, afirmou o deputado Nikolas Ferreira (PL-RJ).

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