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Falta de respeito: Cleonice e Domá respondem à proposta de municipalização do Museu do Cangaço em Serra Talhada

Em entrevista exclusiva à Rádio Vilabela no programa Frequência Democrática, Cleonice Maria, presidente da Fundação Cabras de Lampião, abordou a recente proposta do Secretário da Fundação Cultural de Serra Talhada, Josenildo Barbosa, sobre a municipalização do Museu do Cangaço, mas evitou polemizar sobre o assunto.

A presidente começou a entrevista expressando sua gratidão pelo apoio à campanha em andamento para ajudar o museu e discutiu as dificuldades enfrentadas nos últimos anos e que não foi à entrevista para lamentar, mas sim para destacar o sucesso da campanha lançada pelo museu, que tem recebido adesões de todo o país. Ela agradeceu à cidade de Serra Talhada e aos secretários do governo Márcia Conrado pela parceria durante o espetáculo “Massacre de Angico”, realizado no final de julho.

A presidente da Fundação Cabras de Lampião apontou as dificuldades que enfrentaram nos últimos quatro anos, atribuindo parte delas ao governo Bolsonaro, mencionando a desestruturação dos serviços de apoio à cultura, incluindo o desmonte do Ministério da Cultura.

Cleonice relatou que, no início do ano, tinha alertado o governo de Serra Talhada sobre as dificuldades do museu. Ela ainda revelou que a prefeitura cortou todo o apoio financeiro, o que a levou a iniciar a campanha após o espetáculo “Massacre de Angico”, que possui incentivo apenas para o projeto.

questionada por Francys Maya sobre buscar apoio do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cleonice mencionou que, embora o Ministério da Cultura tenha sido recriado, as ações não ocorrem instantaneamente, e a obtenção de recursos por meio de editais é um processo demorado.

Anildomá Willians, ex-presidente da Fundação Cultural de Serra Talhada e esposo de Cleonice, também contribuiu para a entrevista. Ele enfatizou a história do museu, que remonta aos anos 70, e destacou a importância de seu acervo, que contém documentos raros e narra até a colonização das famílias de Serra Talhada.

Não entrego isto a poder público nenhum.”

Anildomá expressou sua paixão pelo museu e ressaltou a necessidade de respeitar a propriedade intelectual das pessoas:

“Tenha respeito a propriedade intelectual das pessoas.” 

Domá disse que o Governo não pagava contas do museu, pagava no espaço da estação do forró, não do museu, desmetindo declaração de Josenildo.

O casal ressaltou a importância do relacionamento harmonioso entre a prefeitura e os fazedores de cultura, enfatizando que o museu é uma construção de sentimentos e não deveria ser entregue ao poder público. Cleonice e Anildomá também mencionaram outros exemplos de reconhecimento da cultura local, como o reconhecimento de Assisão como patrimônio vivo de Pernambuco, titulo conquistado após inscrição realizada pela Fundação Cabras de Lampião.

“Tivemos a coragem de levantar a história de Lampião…. Serra Talhada tem visibilidade positiva graças ao trabalho da fundação Cabras de Lampião,” disse Cleonice.

“Realmente não entende nada de cultura,” finalizou ela, ao criticar a postura do governo Márcia Conrado através da proposta de Josenildo. 

A entrevista encerrou com um apelo, convidando as pessoas a ajudarem na campanha para auxiliar o Museu do Cangaço, que já arrecadou cerca de  10 mil reais. A Fundação Cabras de Lampião reiterou a importância do apoio da comunidade para preservar e promover a cultura.

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