Desmatamento da Amazônia pode acelerar aquecimento global e gerar um ponto de não-retorno climático, alerta Climatempo

A Amazônia pode estar se aproximando de um ponto crítico em que a destruição da floresta provocaria mudanças climáticas irreversíveis, alerta a Climatempo. Às vésperas do início da COP30, que acontece este mês em Belém do Pará, se reacende o alerta sobre o papel decisivo da Amazônia na regulação do clima global. O avanço do desmatamento pode levar o bioma a um ponto crítico, a partir do qual a floresta não conseguiria mais se regenerar –desencadeando um ponto de não-retorno climático.
“Mesmo registrando a redução no ritmo de desmatamento da floresta amazônica, a área total devastada da Amazônia Legal já corresponde a cerca de 20% do bioma. O ritmo diminui, mas a floresta continua sendo derrubada”, ressalta Pedro Regoto, especialista em Clima e Mudanças Climáticas da Climatempo.
A Amazônia é considerada um dos nove pontos de inflexão climáticos (tipping elements) do planeta – sistemas que, ao ultrapassarem determinados limites, podem sofrer alterações abruptas e irreversíveis, afetando o equilíbrio climático de todo o planeta.
No passado, estudos de modelagem apontavam que o tipping point (ponto de não-retorno) da Amazônia era atingir o limite de 40% de desmatamento. Pesquisas mais recentes, no entanto, indicam que o efeito combinado de desmatamento, das mudanças climáticas e do grande uso de fogo na floresta pode levar a um limiar bem mais baixo, entre 20% e 25%. “Isso significa que um desmatamento acima desse patamar nos coloca cada vez mais perto de atingir um limite irreversível de degradação, o que pode levar a floresta a se transformar em savana e causar impactos diretos e irreversíveis sobre o clima global”, explica Regoto.






