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Senadora tem paralisia facial e diz ter sido causada por herpes-zóster

A ex-ministra e atual senadora Damares Alves fez uma série de relatos em suas redes sociais explicando o motivo pelo qual foi fotografa andando pelos corredores do Senado Federal usando máscara. Ela afirma que foi “acometida pela herpes-zóster”, doença provocada pelo vírus da catapora e que teria causado uma “paralisia facial” na advogada.

“Minha infecção ocorreu no ouvido, caso raro, e causou uma paralisia facial. Fiquei internada alguns dias. Estou bem e trabalhando, mas não preciso explicar o quanto é constrangedor para uma mulher passar por isso. Faço tratamento para amenizar a situação”, disse em suas redes sociais.

Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Montes Claros, em Minas Gerais, mostrou que a incidência de herpes-zóster aumentou 35,4% durante a pandemia. Entre os motivos estão o estresse provocado pelos confinamentos, que abalou o sistema imunológico desses pacientes. A própria ação do coronavírus no organismo pode também ter colaborado.

O que é a herpes-zóster?
É uma infecção causada pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo que causa a varicela, também conhecida como catapora. Esse vírus tem a característica de ficar “adormecido” em algumas regiões do corpo, como os gânglios e nervos, podendo “despertar” anos depois.

Cerca de 30% dos que tiveram catapora passam por isso. Fatores que diminuem a imunidade facilitam a reativação do microrganismo, deflagrando a doença, como forte estresse, câncer e outras infecções, como HIV e Covid-19. Ela costuma se manifestar depois dos 50 anos de idade.

Na maioria das vezes, os sintomas desaparecem em dias. Mas em alguns casos, o cenário pode se agravar, podendo afetar a visão e a saúde mental. As complicações também incluem disseminação do vírus pelo corpo e o comprometimento de movimentos, podendo causar paralisia do nervos cranianos, meningite, úlcera, hepatite e derrame cerebral.

Sintomas
O vírus pode ser ativado pelo sistema, na maioria das vezes, por conta da baixa imunidade corporal. O que pode ser consequência de estresse, infecções virais, idade avançada, doenças crônicas, como diabetes, e o uso de determinados remédios como os quimioterápicos, corticoides e imunossupressores.

Uma vez reativado, ele pode causar uma inflamação que leva a uma erupção na pele acompanhada de pequenas bolhas (vesículas) agrupadas, que resultam em uma dor muito forte, um dos efeitos mais temidos da doença. Ela pode persistir mesmo após a recuperação das erupções cutâneas e se tornarem crônicas. A apresentadora, Fernanda Keulla, por exemplo, teve herpes-zóster recentemente e disse que as dores são “insuportáveis”.

Uma das formas de evitar o quadro mais grave é ficar atentos aos primeiros sinais que são justamente o aparecimento dessas erupções na pele seguido por febre, cansaço, dores corporais e formigamentos. A recuperação total se dá no período de 2 a 4 semanas, quando não há complicações.

Vale lembrar que ela é contagiosa apenas entre pessoas que nunca tiveram catapora e que entram em contato com o conteúdo das vesículas do herpes-zóster. Nesse caso, a pessoa não terá herpes-zóster, mas catapora.

O contágio acontece por meio do líquido das bolhas da pele ou por objetos contaminados pelo vírus. Se a pessoa nunca teve essa infecção ou não foi vacinada e teve contato direto com as lesões que surgem na pele, o risco de transmissão é maior.

Tratamento
Além dos remédios, como analgésicos e antivirais, que podem ser diagnosticados para combater a dor, reduzir a duração das lesões e evitar complicações, há também vacinas disponíveis contra a doença.

Ano passado chegou ao Brasil um novo imunizante contra o herpes-zóster, do laboratório GSK, para pessoas com mais de 50 anos e imunossuprimidos. Ela é produzida a partir de proteína do vírus (não vivo) e administrada em duas doses. Há também a vacina do fabricante MSD, para quem tem acima de 50 anos. É feita com vírus vivo atenuado da varicela-zóster, e ministrada em dose única.

Via Folha PE