Sete mulheres presas em operação contra extorsão e lavagem de dinheiro em PE e SP
A ação policial contra uma quadrilha de extorsão e lavagem de dinheiro, deflagrada nessa terça (16), em Pernambuco e em São Paulo, cumpriu mandados de prisão de sete mulheres. Elas agiam seguindo ordens de presidiários e, segundo a polícia, movimentaram, em quatro meses, R$ 428 mil.
Alvos da Operação Cartada Final, essas mulheres foram presas no Grande Recife, no interior de Pernambuco e na cidade de Cotia (SP). O grupo é responsável por ameaças feitas a comerciantes, por aplicativos de mensagens, e cobrança de dinheiro por PIX.
Elas têm ligação direta com os detentos, que estão no Presídio de Igarassu e na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana. Os nomes das mulheres e dos homens não foram divulgados.
Ainda segundo a polícia, no grupo de mulheres há esposas, namoradas e irmãs desses detentos. Na casa de uma delas, na Iputinga, na Zona Oeste do Recife, os policias apreenderam quase R$ 9 mil em dinheiro.
Os detalhes da Operação Cartada Final foram repassados pela polícia, nesta terça, durante entrevista coletiva concedida no Centro da capital pernambucana.
As investigações, informou a polícia, foram iniciadas em março deste ano para desarticular a quadrilha.
A polícia apontou que os envolvidos na organização emprestavam contas bancárias para receber dinheiro arrecadado com as extorsões.
Por aplicativo de mensagens, esses presidiários enviavam áudios e vídeos e faziam ameaças e intimidações aos comerciantes. Eles exigiam pagamentos por PIX diretamente para determinadas contas bancárias das pessoas investigadas.
Segundo o delegado Paulo Gondim, a quadrilha foi descoberta a partir da denúncia feita por uma das vítimas da extorsão. Esse comerciante indicou uma conta corrente de um banco em São Paulo.
“A partir de uma investigação financeira e por meio do laboratório de lavagem de dinheiro, com as informações trazidas pela Receita Federal, nós chegamos a todas essas pessoas”, disse o policial.
Gondim disse, ainda, que o dinheiro das extorsões passava por várias contas e chegava até os parentes dos presidiários.
“Temos alguns investigados que disseram, em depoimento, que deixaram o tráfico de drogas pra cometer esse crime de extorsão via Pix, porque o dinheiro entra na mesma hora na conta e não tem tanto risco”, comentou.
O delegado acredita que o dinheiro captado a partir das extorsões seja usado para alimentar outros crimes.
“Não descarto que esse dinheiro fomente a compra não só de drogas como também de armas para fortalecer essas organizações criminosas”, disse.
Paulo Gondim lembrou que esse é mais um grupo preso pela prática de extorsões via PIX em Pernambuco.
“Foi a quarta operação para combater essa modalidade de extorsão. Foram 30 mandados cumpridos nessas quatro operações. Todos envolvidos movimentaram, em seis meses, mais de R$ 3 milhões nas contas correntes”, informou o delegado.
G1